Apenas 11 das 31 paradas de ônibus da Faixa Nova de Camobi possuem abrigo para os usuários do transporte coletivo

Gabriel Marques

Apenas 11 das 31 paradas de ônibus da Faixa Nova de Camobi possuem abrigo para os usuários do transporte coletivo

Com a chegada do inverno e as chuvas mais frequentes, quem precisa andar de ônibus pode deparar com uma situação bastante desconfortável que é ficar exposto ao tempo devido à falta de paradas cobertas.

Duas rodovias – tanto a RSC-287 (Faixa Nova) quanto ERS-509 (Faixa Velha) – são as principais rotas de ônibus para os bairros da região leste de Santa Maria. O problema maior está na Faixa Nova, compreendida a partir do viaduto da Estação Rodoviária até o trevo do Aeroporto Municipal. Nesse trecho, são 15 paradas de ônibus no sentido Centro-bairro, e 16 no bairro-Centro. Contudo, apenas cinco e seis são cobertas, respectivamente. Em dias chuvosos, às vezes, nem o guarda-chuva consegue dar conta, e a população fica desprotegida, o que preocupa a auxiliar de limpeza Rosane de Fátima Soares da Costa, 60 anos.– Nós vamos para a parada, e não tem nada. Ficamos esperando, mas é complicado, ainda mais para mim, que venho do Bairro Boi Morto e pego quatro ônibus por dia – diz.

A estudante de Educação Especial na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Maria Eduarda Pedroso, 19 anos, argumenta que a população pode se resfriar mais facilmente ao pegar chuva e tempo frio.– Está bem ruim. Se tivesse uma parada coberta, ficaria muito melhor para esperar o ônibus. Quando chove e com vento forte, é ainda pior – comenta.

Leia também:

Deni Zolin: três empresas disputam licitação do projeto para duplicar a Faixa NovaBuraqueira das ruas segue um problema crônico de Santa Maria

Em alguns locais, como na esquina da Faixa Nova com a Rua Frederico Varaschini, por exemplo, não há sinalização de parada de ônibus. Entretanto, as pessoas seguem aguardando o transporte coletivo que passa por ali e faz o embarque e desembarque de passageiros. O aplicativo Urmob.city aponta que nesse local há uma parada de ônibus.

Outra questão levantada por quem utiliza o transporte coletivo é a iluminação que, nos trechos mais afastados de Camobi, é pouca ou insuficiente.– À noite, é muito inseguro. É preciso que o prefeito não olhe só para o Centro, é preciso olhar para os bairros. As paradas de ônibus estão muito precárias – afirma o açougueiro Jonatas Ribas, 57 anos.

Foto: Marcelo Oliveira (Diário) A Faixa Velha (ERS-509) possui mais paradas e quase todas são cobertas

Por outro lado, na Faixa Velha, compreendida pelo Batalhão Rodoviário entre o trevo do Castelinho e o trevo do Aeroporto, existe uma melhor iluminação e mais paradas cobertas. Ao analisar o trecho da rodovia a partir da Avenida João Luiz Pozzobon, são 22 paradas no sentido Centro-bairro, e 24 no bairro-Centro. Destas, 18 e 22, respectivamente, possuem cobertura para os pedestres se abrigar.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Consultada sobre as paradas de ônibus, a prefeitura afirmou que são realizadas manutenções nos locais de embarque e desembarque da Faixa Velha (ERS-509) conforme disponibilidade de material e do cronograma da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU). Por meio da assessoria, o Executivo informa que “A SMU está terminando a atualização orçamentária para realização de licitação para aquisição e instalação de novos módulos de abrigos de ônibus no município, onde a Faixa Velha será contemplada”.

Quanto à Faixa Nova (RSC-287), segundo a prefeitura, o trecho não apresenta recuo viário apropriado para embarque e desembarque do transporte coletivo, o que dificulta a implantação de abrigos. Afirma ainda que, com a duplicação da rodovia, a questão poderá ser sanada.

De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, situação semelhante a da Faixa Nova ocorre na Rua Florianópolis, no Bairro Pinheiro Machado. Conforme ele, cerca de 177 novos abrigos já foram instalados e 72 restaurados em Santa Maria.– Consideramos a prioridade de cada local e necessidade pontual, seja por depredação ou avarias causadas pelo tempo. Em média, cada abrigo custa quase R$ 9 mil. Questões como essas também estão sendo levadas em conta na licitação do transporte público – disse o secretário.

Perguntado sobre a falta de sinalização em alguns locais das duas rodovias para a Região Leste, onde não há abrigos para passageiros, Ponsi argumentou que isso é de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), mas ressaltou que o trabalho é colaborativo entre as duas partes:– Por serem rodovias estaduais, o Daer atende as duas. Quando eles enfrentam algum dificuldade em atender alguma demanda, como esta que envolve o transporte público, nós agimos para solucionar o problema, visto que também é pertinente ao nosso trabalho.

O município já teria economizado cerca de R$ 100 mil na recuperação de placas de sinalização.

Gabriel Marques, [email protected]

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Francisco Luiz Bianchin: não perca o encanto pela vida

Jogo de Cintura: caixa de surpresa! Próximo

Jogo de Cintura: caixa de surpresa!

Geral